domingo, 15 de janeiro de 2012

Como criar um ídolo do futebol?

A receita é simples: procure um bom rapaz (tem que ter o mínimo de talento, senão não funciona), determine seu parceiro fiel, escolha um mentor e defina um objetivo. Se você acha que essa receita é para a criação de filmes bluckbusters, está certo. Porém, usa-se o mesmo roteiro para se criar um ídolo do futebol. Neymar, Messi, C. Ronaldo, todos possuem algo em comum: sua carreira é gerenciada em conjunto com um assessor de imprensa.

Se, antigamente, os grandes craques precisavam de demonstrar talento em campo para que empresários conduzissem suas carreiras, hoje se constroem jogadores da mesma maneira como se criam personagens de filmes. E, da mesma maneira, sua carreira é um desenrolar semelhante a um sucesso de hollywood. Percebamos como isso funciona (tanto no cinema quanto nos gramados):

Tudo bem. E qual o problema nisso? O "endeusamento precoce". Todos se lembram da última dupla santista de sucesso (?): Robinho e Diego. Ambos eram elevados a deuses, ídolos do clube. E qual foi o resultado: os dois se tornaram jogadores comuns. Jogam em clubes europeus, mas são jogadores como quaisquer outros. O endeusamento precoce atrapalha a carreira do jogador (já que a mídia realmente mexe com o ego) e ilude a torcida, já que é vendida uma imagem falsa daquele atleta. A situação saiu tanto do controle que, em uma discussão, entre treinador e jogador, a diretoria ficou do lado do jogador e despediu o treinador, que era Dorival Júnior (acredito que vocês já tenham se lembrado do jogador...)



Outros esportes também tem isso: Schumacher retornou à F1 com tudo (e com toda a mídia alemã) e não passou de um 7° lugar em toda a competição. Vettel, por sua vez, segue os passos do heptacampeão, mas sem todo o endeusamento proporcionado pela mídia. Por quê? Por causa do trabalho bem executado de um assessor de imprensa (junto de um assessor pessoal ou empresário). Ao contrário de Neymar, Vettel não possui contato direto com a imprensa, que decide o que é melhor para o rapaz. Louis Hamilton perdeu a assessoria, e além de não administrar a vida pessoal, fez uma temporada trágica.

Então qual é a solução? Simples: limitar a imprensa. Divulgar apenas o verdadeiro, sem criar expectativas, sem criar badalações. Gerenciar a carreira de um atleta que é, antes de tudo, um ser humano, e não um deus. Assim como era antigamente.
Post de Paulo Lince fragoso

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